Esse blog é um espaço para todos que amam Michael Joseph Jackson. Conheçam um pouco mais o coração desse ser especial.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Michael e a apresentação de Billie Jean na Motown 25


 No dia 16 de maio de 1983 eu dançei Billie Jean em um programa de TV em homenagem ao Vigésimo quinto aniversário da Motown. Cerca de 50 milhões de pessoas assistiriam ao show. Depois disso muita coisa mudou.

O Motown 25 foi gravado um mês antes em abril. O titulo completo era Motown 25: Yesterday, Today, and Forever, e devo admitir que tiveram que me convencer. Fico feliz que tenha dito sim, porque o show produziu os mais felizes e orgulhosos momentos de minha vida.

Como já mencionei eu disse não de início. Me pediram para me apresentar como membro do The Jacksons e um solo de dança. Mas nenhum de nós eram ainda artistas da Motown. Houve enormes debates entre eu e meus empresários. Weisner e Demann. Eu pensei no tanto que Barry Gordy havia feito por mim e pelo grupo. Mas eu disse aos meus empresários e a Motown que não queria aparecer na TV. Minha atitude na tv era justamente negativa.
Eventualmente, Barry veio ao meu encontro para discutir. Estava editando "Beat It" nos estúdios da Motown, e alguém deve ter lhe dito que eu estava lá. Ele desceu até o estúdio e conversou um bom tempo comigo. Eu respondi: certo, eu faço, mas tem que ser "Billie Jean". Seria a unica musica não- Motown do programa todo. Ele disse que era isso mesmo que ele queria que eu fizesse. Assim combinamos de fazer um Medley dos Jacksons, que incluia Jermaine. Estávamos todos ansiosos.

Reuni meus irmãos e ensaiamos para o show. Trabalhei bem com eles, foi legal, um pouco parecido com os antigos dias de Jackson 5. Eu os coreografei e ensaiei por dias em nossa casa em Encino, filmando cada ensaio para assistir depois. Jermaine e Marlom também contribuiram. Depois seguimos para a Motown em Pasadena para ensaiar. Nos apresentamos e embora não gastássemos toda a nossa energia em um ensaio, todo mundo estava aplaudindo e se reunindo a nossa volta pra assistir. Aí começei meu ensaio para Billie Jean. Eu só repassei rápido porque não tinha nada planejado ainda. Não tinho tido tempo porque estava ocupado demais ensaiando com o grupo.

No dia seguinte liguei para a minha produção e disse: "por favor me arranje um chapéu de espião, tipo um fedora- algo que um agente secreto usaria". Eu queria algo sinistro e especial, um chapéu bem estiloso. Ainda não tinha uma idéia concreta do que fazer com Billie Jean.

Durante as sessões de Thriller, eu achei uma jaqueta preta, e pensei, "quer saber, um dia ainda vou usar isso em uma performance". Era tão perfeita e tão show business que acabei usando no Motown 25.

Mas uma noite antes da gravação, ainda não tinha idéia do que fazer no numero solo. Fui pra cozinha da casa e toquei Billie Jean. Alto. estava lá sozinho, uma noite antes do show. E eu fiquei ali parado escutando o que a música me mandava fazer. Eu tipo deixei a dança se criar sozinha. Deixei falar comigo; eu ouvi a batida vindo, peguei o chapéu de espião, fiz uma pose e bati o pé, permitindo que o ritmo Billie Jean criasse os movimentos. me senti forçado a deixar se criar sozinho. Não dava pra evitar. E isso, conseguir só ouvir e deixar a dança chegar - foi muito divertido.

Também estive treinando certos passos e movimentos, quase toda a performance foi espontânea. Eu pratiquei o Moonwalk por um tempo, e compreendi na cozinha que finalmnte eu faria o Moonwalk no Motown 25.

O Moonwalk já rolava nas ruas nessa época, mas eu aperfeiçoei um pouco quando fiz. Começou com um passo de Break, do tipo popping que as crianças negras criaram dançando nos becos dos guetos. Negros são realmente dançarinos inovadores; criam tantas novas danças puras e simples. Aí eu disse "esta é a minha chance de fazer", e fiz. Estas três crianças me ensinaram. Me deram o básico e dançava muito sozinho. Eu ensaiava junto com outros passos. A unica certeza que eu tinha era esse passo do bridge de "Billie Jean", andar pra frente e pra trás ao mesmo tempo. Como se andasse na lua.

No dia da gravação a Motown estava apressando tudo. Atraso. Assim, fui lá e ensaiei sozinho. Já estava com meu chapéu de espião. Meus irmãos perguntaram para que servia o chapéu. Eu disse que teriam de esperar para ver. Mas eu pedi um favor a Nelson Hayes. "Nelson - depois que acabar o numero com meus irmãos e as luzes escurecerem, joga o chapéu pra mim no escuro vou estar no canto, perto da saida do palco, falando com o público, mas você vai devagar lá atrás e põe o chapéu na minha mão no escuro".

Assim que meus irmãos e eu terminamos a apresentação, eu andei até o lado do palco e disse: "vocês são lindos! Eu gostaria de dizer que aqueles sim foram os bons velhos tempos; foram momentos; todos meus irmãos, inclusive o Jermaine. Mas o que eu gosto mesmo" - e o Nelson colocando o chapéu na minha mão - "são das músicas novas". Eu virei e peguei o chapéu e parti pra "Billie Jean"; num ritmo pesado; dava pra dizer que as pessoas estavam gostando. Meus irmãos disseram que estavam batendo palmas e boquiabertos, e meus pais e irmãs estavam assistindo. Mas eu só me lembro de abrir os olhos no fim e ver esse mar de gente levantando e aplaudindo. Entrei em conflito com minhas emoções. Sabia que tinha dado o melhor e me senti bem. Muito bem. Mas ao mesmo tempo estava decepcionado. Havia planejado de dar um belo giro e parar na ponta dos pés, suspenso por um momento, mas não fiquei tempo o bastante. Eu fiz o giro e parei em uma ponta só. Eu queria ficar ali, congelar, mas não funcionou como eu queria.

Nos bastidores as pessoas me parabenizaram. Estava desapontado por causa do giro. Me concentrei tanto e ainda por cima sou perfeccionista. Mas ao mesmo tempo esse era um dos momentos mais felizes da minha vida. Eu sabia que pela primeira vez meus irmãos puderam ver do que eu era capaz, como eu tinha evoluido. Depois da performance cada um deles me abraçou e me beijou nos bastidores. Nunca tinham feito isso antes, e me senti feliz por todos nós. Foi tão lindo quando eles me beijaram. Eu adorei! Tipo todo mundo se abraçou. Minha familia toda se abraça muito. Com excessão do meu pai. Ele é o único que não pratica. Toda vez que nos vimos nos abraçamos, mas quando me beijaram naquela noite me senti abençoado por eles.

Ainda estava me roendo com aquela performance, e não estava satisfeito, até um garotinho aparecer nos bastidores. Ele devia ter uns 10 anos e estava de terno. Ele olhou pra mim com os olhos brilhando, estático, e disse; "cara, quem te ensinou a dançar assim?" Eu meio que ri e falei. "Treino, eu acho". E o garoto ficou olhando pra mim, pasmo. Eu fui embora, e pela primeira vez na noite, senti que tinha atingido o meu objetivo. Eu disse a mim mesmo que devo ter ido muito bem porque crianças são sinceras. Quando aquele menino disse o que disse, eu senti de verdade que tinha feito um bom trabalho.
Fiquei tão mexido com a experiência toda que fui pra casa e escrevi tudo o que havia acontecido na noite. Minha escrita terminou com o encontro do menino.




"Você é um dançarino animal. Foram tantos elogios que eu até fiquei vermelho".

Michael Joseph Jackson.






quarta-feira, 10 de agosto de 2011

'She's Out of My Life'



"As coisas que eu compartilho com milhões de pessoas não são o tipo de
coisas que se compartilha com uma pessoa só. Muitas meninas querem
saber, porque eu vivo do jeito que eu vivo ou faço as coisas que faço.
Elas querem salvar-me da minha solidão, mas elas fazem isso de uma
maneira que elas me dão a impressão, de que eu quero partilhar a minha
solidão com elas, mas eu não desejo isso à ninguém, porque eu acredito
que eu sou uma das pessoas mais solitárias no mundo.

'She's Out of My Life " mostra as barreiras que têm me separado de outras pessoas eque aparentemente parecem fáceis de passar por cima, e mesmo assim elas ainda permanecem lá, enquanto o que eu realmente desejo - desaparece da minha vista ...

Mas eu me sinto muito embarassado em "She's Out of My Life." Nesse caso, a história é verdadeira - eu chorei no final de um ensaio, porque as palavras de repente teveram um efeito tão forte sobre mim. Cheguei aos 21 anos de idade, onde eu era tão rico em algumas experiências enquanto eu era tão pobre em momentos de verdadeira alegria.
Às vezes imagino que minha experiência de vida é como uma imagem em um desses espelhos de circo com truques, onde a imagem é grande de um lado e fino ao ponto de desaparecer em outra. Eu estava preocupado que iria deixar-me aparecer em "She's Out of My Life ', mas quando ela tocou o coração das pessoas, isso me faria sentir menos só.

Quando ouví a música pronta pela primeira vez, estava no estúdio com Q e Bruce Swedien. Lembro-me de ter enterrando meu rosto em minhas mãos, ouvindo apenas o barulho da música, e o meu choro ecoando alto na sala. Mais tarde, pedí desculpas, mas eles disseram que não havia necessidade. "-


Michael Jackson, em Moonwalk


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